sábado, 9 de novembro de 2013

Regressão de Idade pela Hipnose

Regressão de Idade pela Hipnose: Uma História Verdadeira

Lembranças de Natais Passados?
O que podemos depreender de um competente estudo de Robert True (1949)? Ele fez voluntários hipnotizados regredirem a seus Natais e festas de aniversários aos 10, 7 e 4 anos de idade. Em cada caso, perguntou em que dia da semana caíra. Sem hipnose, a chance de uma pessoa poder indicar de imediato o dia de um evento há muito passado é de 1 em 7. De maneira extraordinária, as respostas da maioria dos hipnotizados foram 82 por cento corretas.
Outros pesquisadores foram incapazes de reproduzir os resultados de True. Quando Martin Orne (1982) perguntou a True por quê, ele respondeu que a Science, a publicação em que saiu seu artigo, encurtara a pergunta fundamental para "Que dia da semana é?". Na verdade, ele perguntara às pessoas sob regressão de idade: "É segunda-feira?, É terça?" e assim por diante, até a pessoa responder com um sim. Quando Orne indagou se ele sabia o dia da semana ao fazer a pergunta, True respondeu que sim, mas não entendia por que Orne queria saber.
Você sabe por quê? O experimento de True parece ser um ótimo exemplo de como o hipnotizador pode sutilmente influenciar a memória do hipnotizado (e, de um modo mais geral, como os pesquisadores podem sutilmente comunicar suas expectativas). "Tendo em vista a ansiedade do hipnotizado em atender aos pedidos que lhe são feitos", presumiu Orne, é preciso apenas uma mínima mudança de inflexão ao perguntar "É quarta-feira?" para que a pessoa responda "Sim".
O golpe final do experimento de True ocorreu quando Orne perguntou a crianças de 4 anos que dia da semana era. Para sua surpresa, nenhuma sabia. Se crianças de 4 anos geralmente não sabem qual é o dia da semana, então os adultos de True forneciam uma informação que provavelmente não conheciam quando tinham 4 anos.

Lembranças de Vidas Passadas?

Se as regressões hipnóticas à infância são em parte imaginárias, então até que ponto se pode acreditar nas alegações de "regressão a vidas passadas" sob hipnose? Os 20 a 30 por cento de americanos que acreditam na reencarnação (Gallup & Newport, 1991; George, 1996) encontram apoio para esses relatos? Os 36 por cento de estudantes universitários estavam corretos ao concordarem, numa pesquisa de Scott Brown e outros (1996), que "certas pessoas podem regredir na idade até recordar vidas passadas"?
Nicholas Spanos (1987-1988; Spanos & outros, 1991) relatou que pessoas propensas a fantasias, que acreditam em reencarnação, quando hipnotizadas oferecem vívidos detalhes de "vidas passadas". Mas quase sempre informam terem sido da mesma raça... a menos que o pesquisador tenha ressaltado que raças diferentes são comuns. Relatam com frequência terem sido alguém famoso, e não umas das incontáveis pessoas comuns. Alguns contradizem outros ao alegarem terem sido a mesma pessoa, como o rei Henrique VIII (Reveen, 1987-1988). Além disso, geralmente não sabem coisas que qualquer pessoa daquela época histórica saberia. Uma pessoa que "regrediu" para uma "vida anterior" como um piloto de caça japonês, em 1940, não foi capaz de dizer qual era o nome do imperador do Japão e não sabia que o Japão já estava em guerra. Portanto, as regressões hipnóticas a vidas passadas não oferecem qualquer prova verossímil de reencarnação.



(Texto retirado do livro Introdução à Psicologia Geral - David Myers - página 159 - 5ª edição)

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