quinta-feira, 31 de março de 2011

Como reconhecer um Paranoico


Estou relendo um livro muito bom que comprei em 2002 chamado Vampiros Emocionais, do psicólogo Albert J.Bernstein. Nesta obra, o autor faz uma analogia entre os vampiros e as pessoas desequilibradas que nos cercam. Do mesmo modo que os vampiros se alimentam do sangue de suas vítimas, deixando-as fracas e exauridas, os vampiros emocionais sugam nossa energia vital, invadindo nossa vida, nos manipulando e nos fazendo de marionetes com suas manipulações e chantagens sem escrúpulos. 

Dentre os diversos distúrbios mentais, a paranoia é um dos mais irritantes e comuns. Quem nunca conheceu uma pessoa insegura, com mania de perseguição, que acha que todos estão contra ela, que está sempre na expectativa de alguma tragédia, que gosta de controlar as coisas de maneira detalhada, que se magoa com as menores coisas? Podemos resumir tudo isso e dizer que Fulano é um CHATO, mas na verdade a questão é bem mais profunda. Certas manias se transformam em obsessões, e podem se tornar uma psicopatologia que faz tanto o  indivíduo quanto aqueles que o rodeiam sofrerem muito.




Quando conhecemos alguém, podemos nos impressionar com seus talentos, habilidades e características de personalidade. No caso dos paranoicos, ficamos impressionados com  sua organização, seus padrões morais elevadíssimos, sua aparência de pureza, justiça e retidão de caráter. Mas o tempo passa e, com a convivência, toda aquela mania de controle se torna opressora. Passamos a sofrer com a conduta obsessiva do paranoico.


Relendo meu querido livrinho hoje, achei algumas observações legais para compartilhar com vocês:


Veja algumas características dos paranoicos:

Perceptividade

Os paranoicos vêem mais do que os outros vêem. Podem até ver mais do que convém. Estão sempre procurando significados ocultos e realidades profundas abaixo da superfície. No mundo dos paranoicos, o limite entre a perceptividade e a desconfiança é fino como uma teia de aranha, e mais afiado que uma navalha.

Intolerância de ambiguidade

Os paranoicos precisam de respostas, mesmo quando não existem. Para os paranoicos, tudo é simples e claro. O único motivo de nem todos saberem o que fazem é que alguém, em algum lugar, está conspirando para encobrir a verdade.
São defensores ferozes de si mesmos, de seus princípios e das poucas pessoas e coisas que consideram mais chegadas a eles. Sabe-se de muitos paranoicos que já deram a vida por suas convicções. Também se sabe de paranoicos que mataram.

Imprevisibilidade

Os paranoicos podem cobri-lo de atenção em um minuto e no minuto seguinte cobri-lo de gelo. Seus humores dependem das percepções momentâneas de honestidade e fidelidade nas pessoas ao redor. Quando farejam traição, atacam com tanta rapidez que você nem se dá conta do que aconteceu. Nem por quê. 

Linguagem Bombástica

Os paranoicos anseiam por ser entendidos. Para eles, a ideia de intimidade é passar seis ou sete horas explicando suas teorias de vida, ou como seus atos o magoaram.

Ideias de referência

Na procura da verdade, os paranoicos ligam todos os fatos, depois levam tudo para o lado pessoal. Para eles, o universo é uma conspiração para que sejam infelizes.

E então? Conhece alguém assim? Está se relacionando com uma pessoa que age dessa forma? O livro disponibiliza um questionário para ajudá-lo a reconhecer esse distúrbio mental:

TESTE PARA IDENTIFICAR UM PARANOICO

Marque verdadeiro ou falso:

1. Essa pessoa é nitidamente desconfiada.
2. Essa pessoa tem pouquíssimos amigos íntimos.
3. Essa pessoa é capaz de fazer tempestade em copo d'água.
4. Essa pessoa costuma interpretar muitas situações como lutas entre o bem e o mal.
5. Essa pessoa parece jamais esquecer uma mágoa ou maus-tratos.
6. Essa pessoa poucas vezes interpreta literalmente o que lhe dizem.
7. Essa pessoa elimina outras pessoas de sua vida devido a deslizes mínimos.
8. Essa pessoa é capaz de detectar má fé em qualquer lugar, e às vezes onde não existe.
9. Essa pessoa exige lealdade absoluta em atos e pensamentos.
10. Essa pessoa protege a família (ou um ou dois amigos íntimos) com unhas e dentes.
11. Essa pessoa vê relações entre coisas que a maioria das pessoas consideraria não-relacionadas.
12. Essa pessoa percebe pequenos erros, como falta de pontualidade ou esquecer instruções, como indicações de deslealdade ou desrespeito.
13. Essa pessoa pode ter um bom senso de humor, mas parece não conseguir rir de si mesma.
14. O que irritará essa pessoa é completamente imprevisível.
15. Essa pessoa se vê como vítima de diversas discriminações.
16. Essa pessoa acredita que a confiança é algo a se conquistar.
17. Sabe-se que essa pessoa age de maneira tola com base em "princípios"
18. Essa pessoa interroga outras pessoas para avaliar lealdade e fidelidade.
19. Essa pessoa reúne detalhes mínimos que pareçam provar suas teorias mesquinhas.

Cinco ou mais respostas verdadeiras qualificam a pessoa como paranoica. Se você marcou mais de 10 questões como verdadeiras, procure ajuda especializada.

"Os paranóicos têm delírios, mas também podem levar ao delírio. Hipnotizam com determinação obstinada para induzi-lo a acreditar nas realidades ocultas que descobriram. Eles o derrotam por solapar, de forma incessante, suas resistências. (...) As pessoas que falam o que queremos ouvir sempre têm mais poder que as pessoas que falam a verdade. Recorra à intuição para orientá-lo. (...) Um dos mais confiáveis sinais de alerta da hipnose dos paranoicos é que ele vai induzi-lo a não procurar opiniões externas. No mundo dessas criaturas, a própria ideia de que a opinião de outras pessoas possa ter mais peso que a deles equivale à traição. Não permita que o coração partido deles o impeça de conferir as ideias com alguém em quem você confie. Nunca esqueça a regra de não permitir que essa pessoa seja a sua única fonte de informações."

Vale a pena ressaltar que a Paranoia é um distúrbio e, como tal,  precisa de tratamento. Se você tem esse perfil ou conhece alguém próximo que o tem, procure um terapeuta o quanto antes. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Resenha: O TERAPEUTA DE BOLSO

Hoje vou recomendar um livrinho muito útil e instrutivo que comprei há alguns anos: O Terapeuta de Bolso, de Susanna McMahon, Editora Gente. A autora, que é psicóloga, reuniu as 83 perguntas mais comuns feitas por seus pacientes durante o processo de terapia, e as respondeu de modo a dar um direcionamento ao leitor. Todos sabemos que algumas dúvidas e aflições são comuns a todos os seres humanos, independente de sua cultura, classe social ou religião. O livro é dividido em quatro temas específicos: questões universais, autoestima, problemas pessoais e relacionamento.
É um livro bastante interessante, feito para ser lido e relido diversas vezes. Claro que não substitui uma sessão de terapia, mas pode nos ajudar a refletir e elaborar melhor nossos pensamentos (e sentimentos). Eu gostei muito!




UPDATE! (08/02/2016)

Veja a resenha em vídeo: