quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dica de Leitura: Mudar - Caminhos para a transformação verdadeira

Nesta semana concluí a leitura do livro Mudar - Caminhos para a transformação verdadeira, do médico psiquiatra e psicanalista Flávio Gikovate:




Como sempre, foi uma leitura bastante proveitosa e agradável. A maneira clara e concisa que caracteriza os textos do Dr. Gikovate fazem o leitor ter uma compreensão imediata do assunto, muitas vezes se perguntando algo do tipo: "É ÓBVIO, como não percebi isso antes?"
Todo processo de mudança é trabalhoso, mesmo que o indivíduo esteja bastante motivado para fazê-lo. Isso acontece porque nós, seres humanos, nos adaptamos a todo tipo de situação, seja ela boa ou ruim. Mesmo quando estamos envolvidos em uma realidade miserável, a tendência é querermos nos manter na zona de conforto, sem corrermos riscos, sem termos que colocar a mão na massa. Ao longo do livro, o autor explica como se formam essas "zonas de (des)conforto" e também como se formam os hábitos, incluindo aqueles que são prejudiciais para nossa saúde física, mental e psicológica.
Após discorrer sobre essas questões, Dr. Gikovate fala sobre COMO podemos planejar e executar planos concretos de mudança. Sim, pois só o desejo e o pensamento positivo não são suficientes para que nenhuma mudança aconteça. É preciso engendrar os passos do processo, contando inclusive com aqueles momentos desagradáveis em que sentiremos medo, insegurança e vontade de voltar atrás. O desconforto faz parte de todo processo efetivo de mudança, e temos que estar intelectualmente fortalecidos para saber lidar com os períodos de "crise".
No último capítulo, o medo da felicidade é abordado. Para quem acompanha as obras e palestras do autor, esse é um assunto familiar e bastante comentado. Quando estamos progredindo, fazendo nossos sonhos se realizarem, temos a tendência a sentir um medo irrefreável e a produzir situações de autossabotagem. Dr. Gikovate comenta quais as prováveis causas desse mecanismo da mente humana, citando várias teorias. Eu, por minha vez, penso que talvez o medo da felicidade seja um ranço que a religião nos deixou, especialmente as religiões cristãs. Se o homem é filho do pecado original, não vale nada e é uma porcaria por natureza, como poderá ver a felicidade e a completude como algo normal? Sendo assim, essa culpa inconsciente que nos foi enfiada goela abaixo através do condicionamento social pode ter contribuído para gerar no homem esse medo irracional de ser feliz e completo. Vai saber... rs
Recomendo fortemente a leitura desse livro, mesmo para aqueles que se dizem satisfeitos com sua realidade atual e que não querem mudar absolutamente NADA em si mesmos ou em sua vida. Pelo menos, será uma fonte de questionamento e reflexão, aumentando o autoconhecimento do sujeito e dando-lhe instrumentos para uma maior satisfação pessoal.

UPDATE!! (27/04/2016)

Assista à resenha deste livro em vídeo:


sábado, 10 de janeiro de 2015

A Dança do Ventre e o Renascer da Feminilidade



Em um tempo onde ligamos a TV e vemos mulheres perfeitas, abrimos as revistas e nos deparamos com corpos torneados e sarados e sempre achamos que estamos com alguns quilinhos a mais, é difícil responder à pergunta: Afinal, o que é feminilidade?
Com a pressão da mídia e as exigências da vida moderna, tornou-se complicado responder essa questão. As mulheres, hoje em dia, têm uma vida atribulada devido ao acúmulo de funções e papéis: super mãe, esposa dedicada, amante sexy, amiga disponível, profissional competente... São tantas coisas que ficamos perdidas, não é mesmo? Afinal, o que devemos ser? Quem devemos ser? E de que maneira?
A mídia nos passa a ideia de que precisamos ser perfeitas para sermos felizes. Nada de estrias, celulite... rugas, então, nem pensar! Algumas de nós aceitam essa imposição equivocada e vivem à base de plásticas e cosméticos, outras, por sua vez, fazem um protesto silencioso à futilidade da indústria da beleza: se negam a seguir a onda, e se largam, alimentando apenas o cérebro, alegando que “a beleza vem de dentro”. E agora? Como trilhar o tão famoso “caminho do meio”?
Bem, não sei a resposta para tantas perguntas, mas tenho algumas pistas. Como professora de Dança do Ventre, pude acompanhar de perto muitas dessas questões femininas acerca da aparência, autoestima, feminilidade... Presenciei muitas experiências, e também vi muitas mudanças ocorrendo no processo de interação que a mulher tem com esta arte milenar. No início, há um deslumbramento: geralmente a mulher assiste a um show, se encanta com os movimentos graciosos da bailarina e decide experimentar. Com o início das aulas, porém, descobre que há algo por trás da arte, um mundo novo de descobertas e surpresas, e também a revelação de facetas escondidas que nem sonhávamos existir.
As primeiras aulas são como um renascimento: movimentos estranhos, sons diferentes, a exposição do corpo em frente ao espelho (e em frente ao grupo de colegas de classe), o desconforto e a insegurança que são peculiares a todos os começos. Dá aquela impressão de que a dança é difícil, enigmática, misteriosa, e que nunca conseguiremos executar aqueles movimentos inacreditáveis que as dançarinas executam. Mas, com o passar do tempo, geralmente nas primeiras aulas já, conseguimos fazer alguns passos: oitos, redondos, batidinhas de quadril, tremidos. Pronto! É aí que a transformação ocorre!
Com os primeiros progressos, a mulher percebe que é capaz de ser tão charmosa, sensual e feminina quanto as bailarinas mais experientes, e então começa seu processo de desenvolvimento na dança. A fase da “super perua” começa: cuidados com as unhas, cabelos, pele, maquiagem, trajes brilhantes e ricamente bordados, véus multicoloridos... Verdadeiramente, um banho de loja! A mulher se transforma, sentindo prazer nos seus rituais de beleza e dedicação a si mesma. Mas o melhor de tudo isso não é a aparência exterior que, realmente, melhora, e muito! O importante é que a mulher passa a tratar seu corpo com respeito e carinho, a se admirar de maneira intensa, a ver beleza nos pequenos gestos, na delicadeza de um olhar, na malícia de um sorriso. De repente, aqueles quilinhos a mais vão desaparecendo, aquela pintinha se torna charmosa, aquele defeitinho passa despercebido. Aquele ser humano se olha e reconhece seus pontos fortes, e vê a perfeição da obra da Natureza ali, diante de seus olhos. “Tenho as pernas finas? Ok, no problem, meus olhos são lindos.”... “Não tenho os seios fartos como eu gostaria? E daí?! Não tem importância, meu sorriso é expressivo e cativante!”, e por aí vai...
Diante dessa mudança de paradigma, vemos a transformação da personalidade da nova bailarina. Insegurança, temores, bloqueios, traumas, tudo isso vai sendo deixado pra trás, vai sendo superado com o processo de elevação da autoestima. Amar a si mesma e se tratar com respeito e carinho é a melhor terapia, em qualquer idade. Realmente, o mundo nos trata como nos tratamos, e você é a primeira pessoa que tem a obrigação de se amar e se respeitar, sempre.
E essa é uma parte da magia da Dança do Ventre. Quem olha de fora, quem assiste uma apresentação, nem imagina o que acontece nos bastidores e, principalmente, dentro da cabeça e do coração de quem está ali, dançando e nos presenteando com sua arte. Claro que ainda existem pessoas grosseiras e ignorantes, que acreditam que essa dança é erótica, vulgar, que expõe a mulher como um mero objeto sexual. Ledo engano. A Dança do Ventre é permeada de elegância, de suavidade, de delicadeza. Os movimentos são sensuais e refinados, nunca apelativos ou grotescos... O corpo é visto como algo sagrado, como um instrumento divino na expressão dos sentimentos que permeiam o coração e a alma da bailarina, assim como as palavras expressam os sentimentos de um poeta. A Dança do Ventre é, finalmente, a expressão máxima da feminilidade, da autoaceitação e do prazer de ser mulher. Experimente você também e (re)descubra sua essência feminina!


sábado, 3 de janeiro de 2015

Os Benefícios da Dança do Ventre


Por Ligia Guelfi - artigo publicado na Revista "A Herborista" - maio/2010.                                
Muito se comenta acerca da Dança do Ventre hoje no Brasil. Classificada como uma arte “exótica” por muitos, a Raks Sharq ou Belly Dance chama a atenção do público por onde quer que passe. De origem desconhecida, é atualmente praticada por centenas de mulheres em diversos países do mundo. É dançada de formas distintas e possui variações de estilo, que pode ser egípcio, libanês e até mesmo tribal. Marcada por trajes ricamente bordados, movimentos sinuosos e sensuais e uma legião de fãs de todas as idades, a Dança do Ventre proporciona às suas praticantes vários benefícios físicos, estéticos e, principalmente, terapêuticos. 

A Dança do Ventre é uma atividade física e, como tal, trabalha o corpo e a mente de maneira lúdica e prazerosa. Para quem não gosta de frequentar uma academia ou não dispõe de tempo para tal, a prática dessa arte pode ser uma excelente opção. Uma aula de uma hora de duração pode queimar aproximadamente 300 calorias, e o corpo é trabalhado de maneira global, como um todo. Além disso, é amplamente recomendada como tratamento para superar a depressão, timidez, insegurança e qualquer complexo relacionado ao corpo e à aparência. Quer saber mais? Veja a lista dos benefícios da Belly Dance:


Aspectos físicos:

  • Auxilia no processo de emagrecimento, promovendo a queima acelerada de calorias de maneira prazerosa, sem dor nem repetições enfadonhas. O emagrecimento é favorecido e acelerado, para aquelas que precisam emagrecer. Para aquelas que já são magrinhas, a tendência é modelar o corpo, evitando a flacidez;
  •  É um exercício aeróbico, e, como tal, aumenta a resistência física devido aos deslocamentos e movimentos constantes de várias partes do corpo;
  • Aumenta a irrigação sanguínea, principalmente na região do abdômen.  É um exercício abdominal da melhor qualidade, promovendo o enrijecimento do abdômen e da barriga. A crença de que Dança do Ventre propicia “barriguinha” não passa de mito, já que essa região é exercitada constantemente. Talvez essa crença se deva ao fato de esta arte aceitar como suas praticantes todos os tipos de mulheres, de todos os tipos físicos;
  • Alonga, enrijece e tonifica vários grupos musculares. A parte de ginástica localizada é bastante forte, trabalhando vários grupos musculares, como abdômen, pernas, braços, costas e glúteos de maneira destacada;
  • Fortalece a musculatura pélvica, auxiliando o momento do parto, devido aos movimentos lentos (chamados de ondulações);
  • Modela braços, cintura, abdômen, glúteos, costas, coxas e panturrilha, de maneira agradável e progressiva;
  • Melhora o condicionamento das articulações, já que é uma atividade física de baixo impacto;
  • Auxilia no regulamento dos hormônios do aparelho reprodutor, reduzindo os sintomas da TPM e as cólicas menstruais;
  • Massageia os órgãos internos, estimulando seu funcionamento e melhorando a saúde e o bem-estar, acabando com inchaço e aquela sensação de “peso”;
  • Promove o relaxamento muscular, aliviando tensões, além de melhorar o humor e a disposição, devido à liberação de endorfina (hormônio que estimula a sensação de prazer e bem-estar) na corrente sanguínea;
  • Desenvolve a coordenação motora, que é amplamente trabalhada nas sequências de movimentos;
  • Trabalha o equilíbrio, tanto em deslocamentos quanto em giros.
  • Promove a reeducação postural, uma vez que a praticante deve manter a postura ereta e elegante;
  • Aumenta a flexibilidade e a elegância, como em todos os tipos de dança;
  • Desenvolve a agilidade mental, principalmente quando se dança as músicas mais rápidas e marcadas;
  • Desperta a noção de musicalidade e ritmo, desenvolvendo o ouvido musical;
  • Estimula a atenção e a concentração, e, principalmente, a consciência corporal.

Aspectos terapêuticos:

  • Auxilia no processo de desinibição e superação da timidez, além de promover uma aceitação do próprio corpo;
  • Ajuda a atingir um equilíbrio natural de sensualidade, longe da vulgarização. Apesar de ser extremamente sensual, a expressão é bastante sutil, exaltando o lado delicado e sensível da mulher ;
  • Desperta a sensibilidade artística e criativa, tanto nos movimentos quanto na escolha de roupas, acessórios e músicas para apresentação;
  • Desenvolve a expressão artística de maneira diferenciada, já que os improvisos são bastante usados nesta modalidade de dança;
  • Promove a dissociação corporal e o controle sobre os próprios movimentos;
  • Resgata a feminilidade, tão esquecida pelo mundo masculinizado da atualidade;
  • Eleva a autoestima, provocando na mulher um  processo de amor e respeito por si mesma;
  • Desenvolve a autoconfiança e a sensação de bem-estar com o próprio corpo;
  • Contribui para o alívio do stress e das tensões cotidianas, já que é uma atividade de lazer;
  • Permite um intercâmbio cultural com o mundo árabe e com as artes orientais.

Muitas mulheres elegeram a Dança do Ventre como sua principal atividade física. Experimente e sinta na pele como essa arte é verdadeiramente apaixonante e especial!