sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Aprendendo com nossos Encontros e Desencontros

"O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação."
(Carl Gustav Jung)



Ao longo da vida temos diversos encontros e desencontros. Encontramos pessoas que se tornam especiais, que nos inspiram e nos dão bons exemplos, ampliando nosso repertório de conhecimentos e experiências. Mesmo que essas pessoas convivam conosco por pouco tempo, a intensidade do encontro pode ser tão expressiva que transforma a forma pela qual compreendemos o mundo de maneira bastante profunda. Quantas e quantas vezes você se lembrou de algo que alguém lhe ensinou, seja de maneira direta ou indireta? Você tem consciência do quanto pode ser influenciado beneficamente pelos outros?

Somos criaturas sociais. Mesmo as pessoas mais tímidas e reservadas necessitam conviver com outros seres humanos. Convivendo com os outros e observando seu comportamento temos a chance de nos tornarmos indivíduos melhores, sem a menor sombra de dúvida! Quantas e quantas coisas boas você aprendeu com sua família, seus amigos, seus professores, seus colegas de trabalho? Quantas vezes os problemas alheios lhe fizeram perceber as coisas de uma maneira diferente? Quantas vezes uma palavra de carinho melhorou  o seu dia? Quantas vezes um bom conselho caiu como uma luva?

As relações amorosas são aquelas que nos oferecem as maiores chances de reflexão e transformação. Isso acontece porque esse tipo de relacionamento costuma despertar o que há de melhor (amor, carinho, respeito, altruísmo, solidariedade) e pior em nós (raiva, insegurança, ciúmes, medo, complexos). Mesmo que o relacionamento tenha sido curto, saímos dele transformados, pois o convívio íntimo com alguém que provoca reações intensas em nós não pode ser ignorado. Mesmo que tenhamos sofrido, chorado e passado por decepções, aprendemos novas coisas e adicionamos esse conhecimento à nossa experiência de vida. É por isso que devemos ser gratos a todos os relacionamentos que tivemos, mesmo que eles não tenham "dado certo". O nível de aprendizado dessas interações é absurdamente alto, trazendo a nós insights sobre nós mesmos de maneira rápida e certeira.

Logicamente aprendemos coisas ruins com as pessoas também. Existem pessoas que nasceram para dar maus exemplos e para perturbar a vida alheia. Muitas vezes somos magoados e atingidos por esse tipo de conduta. Não tem como evitar aquele colega de trabalho mau caráter, ou então aquele parente inconveniente. Mesmo nesses casos, saímos transformados do relacionamento. Aprendemos o que NÃO queremos ser, definimos o que NÃO queremos fazer com as nossas vidas. Mesmo as pessoas que nos prejudicaram nos ensinaram algo, nos fazendo ver como NÃO agir. Por isso, considerar tudo como aprendizado é um jeito de pegar os limões que a vida nos deu e fazer uma bela limonada, tirando as melhores lições possíveis das interações infelizes.

Eu aprendi muito e continuo aprendendo com TODAS as pessoas que já passaram pela minha vida. Toda interação é valiosa e nos faz refletir. Obviamente há pessoas que se tornam modelos para nós (no meu caso, minha mãe, por exemplo), cujo comportamento e opiniões tendemos a espelhar fortemente. Mesmo pessoas com as quais convivi pouco tempo me marcaram profundamente, tanto para o bem quanto para o mal. O válido é ser grato por todo tipo de experiência que nos é oferecida, focando elegantemente na parte boa de cada uma delas.

Pode parecer clichê, mas cada encontro que temos em nossa vida deixa impresso em nós alguma coisa. As pessoas realmente deixam pedacinhos de si conosco, seja na forma de palavras, gestos, ações ou exemplos. Tendo consciência disso, o ideal seria deixarmos sempre uma parte boa de nós com os outros. Boas palavras, boas ações, bons exemplos. Mesmo com aquele ser que não foi assim tão legal com você, esforce-se para deixar uma demonstração de gentileza e humanidade. Quem sabe a pessoa reflete um pouquinho com seu gesto e se sente animada a melhorar-se um pouco? É difícil, claro, mas a tentativa é sempre válida, afinal, a esperança é a última que morre!

Escolha sempre as melhores companhias. O ditado "Diga-me com quem andas e te direi quem és" é mais do que verdadeiro. Aproxime-se de pessoas que lhe acrescentem algo e tente sempre passar boas coisas aos outros. Valorize sempre o aprendizado que cada relacionamento pode lhe oferecer. Afinal, ninguém consegue viver sozinho, não é? Façamos sempre o melhor para imprimir boas coisas nas lembranças de todos aqueles que passaram pela nossa vida!

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