quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Resenha: Tarde demais para esquecer

Ontem assisti a mais um clássico do cinema, um filme chamado Tarde demais para esquecer (An affair to remember, EUA, 1957) e fiquei encantada! É uma história de um amor intenso, porém impossível. Gostei bastante da trama e do desfecho também.



Veja a sinopse:
Nickie Ferrante (Cary Grant) é um playboy mulherengo, que é considerado o solteiro mais cobiçado da atualidade e está para se casar com Lois Clark (Neva Patterson). Terry McKay (Deborah Kerr) é uma ex-cantora que também está de casamento marcado, com Kenneth Bradley (Richard Denning). Ambos estão em um cruzeiro que parte da Europa rumo a Nova York, no qual se conhecem. Nickie e Terry se apaixonam mas, como ambos têm relacionamentos com outras pessoas, combinam de se encontrar 6 meses após a chegada da viagem, no alto do Empire State. Neste período eles poderão acertar suas vidas e, caso se reencontrem, se casar.



Adorei o filme, principalmente na cena em que Terry canta a singela canção "An affair to remember" em francês, com a avó de Nickie tocando piano:



Essa música é simplesmente maravilhosa!!!!!!!!!




E pensar que tem gente que não gosta dos clássicos...

domingo, 27 de novembro de 2011

Dez chamamentos ao amigo - X

X
Não é apenas um vago, modulado sentimento
O que me faz cantar enormemente
A memória de nós. É mais. É como um sopro
De fogo, é fraterno e leal, é ardoroso
É como se a despedida se fizesse o gozo
De saber
Que há no teu todo e no meu, um espaço
Oloroso, onde não vive o adeus.
Não é apenas vaidade de querer
Que aos cinquenta
Tua alma e teu corpo se enterneçam
Da graça, da justeza do poema. É mais.
E por isso perdoa todo esse amor de mim
E me perdoa de ti a indiferença.
(Hilda Hilst)


domingo, 20 de novembro de 2011

O Capoeira

— Qué apanhá sordado?
— O quê?
— Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
(Oswald de Andrade)


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ode

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda 
Brilha, porque alta vive.
(Ricardo Reis - Heterônimo de Fernando Pessoa)



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Amor e Medo

Estou te amando e não percebo, 
porque, certo, tenho medo. 
Estou te amando, sim, concedo, 
mas te amando tanto 
que nem a mim mesmo 
revelo este segredo.
(Affonso Romano de Sant' Anna)




quinta-feira, 3 de novembro de 2011

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)