Nesta semana concluí a leitura do livro Mudar - Caminhos para a transformação verdadeira, do médico psiquiatra e psicanalista Flávio Gikovate:
Como sempre, foi uma leitura bastante proveitosa e agradável. A maneira clara e concisa que caracteriza os textos do Dr. Gikovate fazem o leitor ter uma compreensão imediata do assunto, muitas vezes se perguntando algo do tipo: "É ÓBVIO, como não percebi isso antes?"
Todo processo de mudança é trabalhoso, mesmo que o indivíduo esteja bastante motivado para fazê-lo. Isso acontece porque nós, seres humanos, nos adaptamos a todo tipo de situação, seja ela boa ou ruim. Mesmo quando estamos envolvidos em uma realidade miserável, a tendência é querermos nos manter na zona de conforto, sem corrermos riscos, sem termos que colocar a mão na massa. Ao longo do livro, o autor explica como se formam essas "zonas de (des)conforto" e também como se formam os hábitos, incluindo aqueles que são prejudiciais para nossa saúde física, mental e psicológica.
Após discorrer sobre essas questões, Dr. Gikovate fala sobre COMO podemos planejar e executar planos concretos de mudança. Sim, pois só o desejo e o pensamento positivo não são suficientes para que nenhuma mudança aconteça. É preciso engendrar os passos do processo, contando inclusive com aqueles momentos desagradáveis em que sentiremos medo, insegurança e vontade de voltar atrás. O desconforto faz parte de todo processo efetivo de mudança, e temos que estar intelectualmente fortalecidos para saber lidar com os períodos de "crise".
No último capítulo, o medo da felicidade é abordado. Para quem acompanha as obras e palestras do autor, esse é um assunto familiar e bastante comentado. Quando estamos progredindo, fazendo nossos sonhos se realizarem, temos a tendência a sentir um medo irrefreável e a produzir situações de autossabotagem. Dr. Gikovate comenta quais as prováveis causas desse mecanismo da mente humana, citando várias teorias. Eu, por minha vez, penso que talvez o medo da felicidade seja um ranço que a religião nos deixou, especialmente as religiões cristãs. Se o homem é filho do pecado original, não vale nada e é uma porcaria por natureza, como poderá ver a felicidade e a completude como algo normal? Sendo assim, essa culpa inconsciente que nos foi enfiada goela abaixo através do condicionamento social pode ter contribuído para gerar no homem esse medo irracional de ser feliz e completo. Vai saber... rs
Recomendo fortemente a leitura desse livro, mesmo para aqueles que se dizem satisfeitos com sua realidade atual e que não querem mudar absolutamente NADA em si mesmos ou em sua vida. Pelo menos, será uma fonte de questionamento e reflexão, aumentando o autoconhecimento do sujeito e dando-lhe instrumentos para uma maior satisfação pessoal.
UPDATE!! (27/04/2016)
Assista à resenha deste livro em vídeo:
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