Ontem terminei a leitura de O Lado Bom da Vida e posso afirmar com todas as letras: o filme saiu bem melhor do que o livro!
Não que o livro seja ruim, longe disso, mas achei que a adaptação para o cinema foi bastante feliz. Assisti ao filme há uns meses e esperava que o livro fosse um pouco mais denso, mais profundo. Os diálogos do filme eram bem mais fluídos e significativos, no livro senti um negócio meio superficial, meio simples demais... Claro que isso acontece porque a obra é narrada em 1ª pessoa (Pat conta sua história aos leitores, comentando sobre suas impressões e sentimentos) e isso influi bastante na narrativa, né? Mas não sei, eu esperava mais, bem mais.
A história é muito boa e a adaptação para o cinema ficou fantástica, principalmente na parte do concurso de dança. Robert de Niro estava absolutamente perfeito no papel do pai de Pat (um velho completamente pirado que tinha oscilações de humor de acordo com os resultados dos jogos de Futebol Americano). Bradley Cooper fez um Pat adorável e Jennifer Lawrence simplesmente arrasou no papel da revoltada Tiffany. Gostei muito mesmo do filme, e penso que a história teve um final feliz, apesar de todas as "limitações" psicológicas dos personagens.
No livro, as melhores páginas são escritas por Tifanny, quando esta se faz passar por Nikki. Eis um trecho que me chamou bastante a atenção:
Por causa disso, às vezes não tenho certeza se os muitos anos "sem Pat" existiram; talvez tenham sido apenas uma breve separação que parece ter durado anos. Como uma viagem solitária de carro que leva toda a noite, mas parece ter durado a vida inteira. Ao ver as faixas da estrada passando a cem quilômetros por hora, seus olhos se tornam preguiçosos e sua mente vaga pelas lembranças de toda uma vida - passado e futuro, de memórias de infância a reflexões sobre sua própria morte - até que os números no relógio do painel não significam mais nada. Então o sol nasce e você chega ao seu destino e a viagem é que se torna a coisa irreal, porque aquela sensação surreal desaparece e o tempo volta a fazer sentido.
Gostei também muito da parte em que Pat percebe que Tiffany é muito mais compatível com ele do que Nikki e diz:
Em meus braços está uma mulher que me deu uma Tabela do Observador do Céu, uma mulher que sabe todos os meus segredos, uma mulher que sabe quão problemática é a minha mente, quantos comprimidos eu tomo, e que ainda assim permite que eu a abrace. Há algo de honesto em tudo isso, e eu não consigo imaginar nenhuma outra mulher deitada comigo no meio de um campo de futebol congelado, no meio de uma tempestade de neve, até impossivelmente esperando uma nuvem soltar-se de um nimbo-estrato.
Nikki não teria feito isso por mim, nem mesmo em seus melhores dias.
Lúcido, né? Para um "doente mental", Pat se mostrou absolutamente lúcido neste parágrafo. Afinal, a forma mais intensa e plena de amor é aquela em que não usamos máscaras, é a exposição sem censura de todas as nossas virtudes e defeitos. Pat percebeu que sua amada e idealizada Nikki nunca o enxergou de verdade, mas Tiffany sim, inclusive aceitando todas as suas "limitações". Acredito que esta é a verdadeira intimidade: mostrar-se sem máscaras. E enxergar o outro sem filtros nem projeções.
De qualquer modo, a história é bastante doce, ao menos pra mim. Mesmo em seu processo contínuo de negação, Pat mostrou-se otimista e trabalhou para melhorar-se e evoluir como pessoa. Ele agiu corretamente, de uma certa maneira. O otimismo inocente que tinha o ajudou a se recuperar. Claro que um dia ele teve que encarar a verdade, mas neste estágio ele já tinha começado uma nova vida e estava muito mais fortalecido do que antes. Acredito no otimismo também, apesar de tudo!
UPDATE!!! (27/06/2016)
Assista à resenha em vídeo:
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